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Vestidas de Negro
- De negro
estamos de negro, para
além do que vestimos
dizemos não ao assédio
recusando o que não sendo
se mostra nosso destino
que de nós faz objectos
humilhadas e doendo
*
- De negro
estamos de negro, para
além do que vestimos
*
acusando o que nos fazem
e ao revelar insistimos
não querendo ser aviltadas
*
pelas penumbras das casas
na solidão humilhadas
*
- De negro
estamos de negro, para
além do que vestimos
*
Revelamos, não esquecemos
dizendo o que nos fazem
pelas penumbras das asas
*
de escritórios e salões
corredores e filmagens
*
Teimamos e persistimos
*
- De negro
estamos de negro, para
além do que vestimos
*
( Inédito - 13 de Janeiro de 2018)
Votar é uma Festa
Votar
para mim
é Liberdade
*
É o sonho
feito sonho realizado
*
E fetejar a nossa
voz liberta
*
Votar
para mim
é uma festa
*
É uma festa!
É uma festa!
Maria Teresa Horta
(Inédito - 1 de Outubro de 2017)
Simone de Beauvoir
Tão secreta e rigorosa
cintilante e harmonia
Severa e sedutora
sequiosa e sinfonia
*
Esquiva, sedenta, sagaz
tão depressa terna e fria
a lembrar-nos uma deusa
*
a quem a vida devia
*
Tão humana e rigorosa
distante e dividida
libertária, corajosa
inteligente e honrosa
*
Dilacerada, insolente
feminista e solidária
*
Impressionante, insensata
mesmo quando se desmente
Tempestuosa e voraz
apaixonada e ardente
*
Maria Teresa Horta
« O MLM nasceu em Maio de 74, na noite do dia em que terminou o julgamento das " Três Marias" (...) "Já tínhamos as duas, eu e a Isabel [Barreno], falado várias vezes da necessidade de fundar um movimento feminista. Naquele dia, ao ver todas aquelas mulheres no tribunal a apoiarem-nos, as feministas estrangeiras que vieram e as portuguesas, a Isabel virou-se para mim, depois da leitura da sentença e disse: " Teresa, está na altura". Marcámos uma reunião para a casa dela nessa noite, com muitas das mulheres que estavam ali na Boa-Hora" (...) "Nos primeiros tempos, a casa de Isabel serviu de sede" »
Jornal Público, 28 de Janeiro de 2006
Fotografía: Maria Teresa Horta Página Oficial no Facebook
LEVEMOS PARA A RUA A LIBERDADE
Levemos
para a rua a liberdade
de vermelho
Corpo de cravo
encarnado
de ilusão e devaneio
Num Portugal
maltratado por quem
lhe destrói o sonho
A promessa e o anseio
de luzeiro e de archote
a iluminar-lhe os princípios
No cumprir do passo alado
da amargura o contrário
no prosseguir libertário
de ideário e enredo
Levemos
para a rua a igualdade
com a raiz do feminino
A palavra e a poesia
de invenção e desígnio
no seu próprio labirinto
Aviso de sobressalto
entre a quimera e o perene
o quebrado e o unido
Maria Teresa Horta - 01 Maio 2014
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